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4. Visualização de dados: quer que eu desenhe?

João Pedro Mafra

Atualizado: 27 de nov. de 2020

Se pararmos para analisar o mundo de um século atrás e compará-lo com os dias atuais, o conceito do abstrato pode ser visto sendo abordado de dois pontos diferentes e talvez até opostos no aspecto da comunicação visual. Se de um lado, com as vanguardas artísticas do início do século, percebemos a tentativa de se dissociar do concreto e do figurativo e abraçar as formas, cores e superfícies para criar uma realidade não representativa, o que se tem hoje, mais voltado para o meio informacional, é o mapeamento e exibição de informações abstratas e dados feita de forma gráfica e concreta. Isso é o que se chama atualmente de Visualização de dados.



Apesar de ser uma expressão associada à contemporaneidade digital, não é de hoje que usamos recursos gráficos para comunicar informações. Verdade seja dita, a humanidade sempre buscou formas de comunicar informações representando-as graficamente. As paredes de cavernas contendo a localização de estrelas e os chamados quipos, instrumentos manufaturados pelos incas para registros contábeis, são exemplos disso. A primeira concepção do que se entende por uma visualização de dados documentada reside em um papiro egípcio de 1160 A.C.! Trata-se de um mapa que ilustra a distribuição de recursos geográficos da região, além de trazer informações sobre como utilizá-los. À medida que o mundo se desenvolvia e modificava, a visualização de dados seguia esse mesmo movimento. Criaram-se novas formas de ilustrar informações que andavam rentes ao contexto e à realidade informacional e estética da época, e assim funciona até os dias atuais.





Em ordem de aparição: Quipo inca; Mapa de Turim; gráfico representando os movimentos planetários e gráfico representando a relação entre profissões e exposição a doenças.




A visualização de dados mostra-se atualmente como um meio muito fértil, com novas formas de representar informações visualmente sendo desenvolvidas num ritmo tão acelerado quanto o da própria tecnologia. Essa variedade de representações mostra-se como uma ferramenta muito útil: é possível causar diferentes efeitos em quem acessa uma determinada visualização de dados a partir de diferentes formas de representá-la.



É o caso do projeto No Epicentro, desenvolvido pela agência Lupa e ganhador dos seguintes prêmios no Digital Media Awards de 2020: "Melhor Projeto de Visualização de Dados" entre todos os concorrentes e "Melhor Visualização de Dados na categoria "Mídias pequenas e locais." Com o objetivo de alertar sobre a dimensão que a pandemia do Covid-19 tomou no Brasil. O tamanho continental do país torna a proporção do número de mortes causadas pelo vírus mais difícil de ser visualizada. Dessa forma, a agência desenvolveu a ferramenta, que situa as mortes como se tivessem ocorrido nas proximidades, na vizinhança do usuário, a fim de tornar palpável essa proporção e consequentemente levar à conscientização do que esse número de mortes significa. Esse recolhimento de números e dados e a consequente abordagem e apresentação deles mostra como é possível remanejar graficamente informações de diferentes jeitos a fim de causar o impacto desejado.



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