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João Pedro Mafra

1. Design para os 5 sentidos

Atualizado: 23 de out. de 2020

Analisando o cenário do design atual, pode se afirmar que, comumente, um dos maiores estímulos ao qual a geração de projetos recorre e é geralmente associada é o visual. Isso permite levantar a seguinte questão: e quanto aos demais sentidos do corpo humano? Não é difícil reparar o efeito e impacto que tais sentidos tem no cotidiano e como mais estímulos resultam numa elevação da experiência do usuário, então por que não recorrer aos recursos olfativos e táteis também, por exemplo?



Muitas marcas, artistas e designers já fazem essa associação e buscam desenvolver seus projetos tendo sempre em vista a exploração dos cinco sentidos, buscando contemplar o máximo deles que puderem. É o caso, por exemplo, de lojas que contam com uma identidade olfativa em seus espaços físicos e produtos: uma fragrância desenvolvida para vincular o aroma à ideia e conceito da marca para o consumidor.


Os "jingles" também atuam eficazmente no campo auditivo do design de marcas e branding, devido à sua capacidade de associar rapidamente a música à companhia, além de informações adicionais. Quem não sabe, por exemplo, citar rapidamente o número de telefone da Insetisan só de pensar na melodia do jingle?


Estes são comerciais antigos com telefones diferentes, mas a melodia em si não muda.

Outro exemplo da combinação de estímulos sensoriais para aumentar o nível da experiência são os produtos da Apple. Seus aparelhos são desenvolvidos com uma estética "clean", minimalista e moderna, trazendo uma impressão de luxo e até mesmo de perfeccionismo a quem os porta, e pode se dizer que isso é potencializado graças às caixas nas quais os produtos são embalados e vendidos. Isso se dá porque eles são desenvolvidos visando o encaixe perfeito entre as peças, como é o caso do tampo da caixa com seu restante, o que torna o ato de desembalar um verdadeiro estímulo de satisfação tátil e impacta muito positivamente a experiência do usuário. Com isso, constrói-se o conceito e a ideia de plenitude e perfeição em volta da marca.

Ao meu ver, um dos públicos para o qual a questão dos cinco sentidos é mais pensada e evoluída é o infantil. Pelo fato da criança ser vista como um indivíduo em constante estado de encantamento com o que a rodeia e muito suscetível a estímulos sensoriais, isso é bastante explorado nos produtos gerados para elas. Tem-se, por exemplo, brinquedos de cores fortes e vivas que também contam com sons, cheiros específicos, encaixes e reagem a determinados toques, assim como livros com texturas de pelos e penas para ensinar sobre animais, números e outras áreas básicas.















Isso pode ser um bom ponto de se observar e para comparar com o argumento citado no começo do post sobre a ênfase que o visual ganha no design de um modo geral. Afinal de contas, como podemos perceber, o que separa os adultos das crianças no aspecto de estímulos sensoriais é o fator de novidade que eles possuem para estas últimas, mas isso não é sinônimo de os sentidos se tornarem "calejados" à medida que o indivíduo se desenvolve. Eles podem - e devem - continuar a serem ativados e trabalhados ao longo de toda a vida, e isso é uma verdadeira carta na manga e fator de destaque para os projetos de design que sabem se utilizar deles.


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